Literatura 
                de Cordel
                
                A Literatura de Cordel, mais que 
                centenária no Brasil, tem suas origens ocidentais e pré-medievais 
                no universo poético de Provença, França, com os trovadores albigens(com 
                destaque para Arnaud Daniel e Rimbaud Daurenga).
                As influências são multidiversas:desde a poesia árabe, mediterrânea, 
                hindu e persa à poética egípcio-hebréia- greco-latina e afro - 
                indígena... Entretanto, a Poesia de Cordel tem a sua força na 
                expressão ibero-lusitana - brasilíndia e galego-castelã...
                Foi na Espanha e em Portugal, que a poesia de cordel ganhou feição 
                e postura literária.
                É na poesia cavalheiresca e trovadoresca que o cordel se inicia 
                de forma pungente e pujante, pricipalmente a partir dos 12 pares 
                da França, de El Cid, O Campeador e da obra monumental de Camões 
                e Cervantes, ambos influenciados por Dante Alighieri.
                Os reis trovadores Dom Diniz e Dom Duarte foram nossos precursores 
                ibéricos. 
                A Literatura de Cordel foi enriquecida pela criatividade e maestria 
                de Gil Vicente, Camões, Gregório de Matos, Bocaje, Castro Alves, 
                Rabelais, Cervantes, Catulo da Paixão Cearense, Ascenso Ferreira 
                e dos mestres e pesquisadores da cultura popular: Leonardo Mota, 
                Luiz da Câmara Cascudo, Ariano Suassuna, Jorge Amado, Glauber 
                Rocha, João Cabral de Melo Neto, Rachel de Queiroz, José Américo 
                de Almeida, Sebastião Nunes Batista, Sílvio Romero, Cavalcanti 
                Proença,Vicente Salles, Téo Azevedo, Orígenes Lessa, Mário Lago, 
                Jerusa Pires Ferreira, Joseph Luyten, Mark Curran, Silvie Raynal, 
                Raymond Cantel, Zé Ramalho e tantos outros nomes de destaque. 
                
                No Brasil, o cordel ganhou estatura poética no Nordeste do Brasil, 
                pelas bandas do Sertão do Cariri, do Pajeú, da Serra do Teixeira, 
                Campina Grande, João Pessoa, Caruaru, Juazeiro do Norte, Crato, 
                Recife, Fortaleza, Salvador, Serra Talhada, Mossoró, Caicó, Paulo 
                Afonso, Feira de Santana, Juazeiro, Petrolina, Irecê, Chapada 
                do Apodi, Serra da Borborema, Chapada Diamantina, Rio, São Paulo, 
                Brasília e pela vastidão dos lugarejos,arraiais, vilas e cidadelas 
                da caatinga e do agreste, com os vates - poetas Leandro Gomes 
                de Barros, Rodolfo Coelho Cavalcante, Francisco Chagas Batista, 
                Francisco Sales Areda, Manoel Camilo dos Santos, Minelvino Francisco 
                da Silva, Caetano Cosme da Silva, João Melquíades Ferreira da 
                Silva, José Camelo de Rezende,Teodoro Ferraz da Câmara, João Ferereira 
                de Lima, José Pacheco, Severino Gonçalves de Oliveira, Galdino 
                Silva, João de Cristo Rei, João Ferreira de Lima, Antônio Batista, 
                Laurindo Gomes Maciel, Manuel Pereira Sobrinho, Antônio Eugênio 
                da Silva, Augusto Laurindo Alves( Cotinguiba), Moisé Matias de 
                Moura, Pacífico Pacato Cordeiro Manso, José Bernardo da Silva, 
                Cuíca de Santo Amaro e João Martins de Athaide, Francisco Gustavo 
                de Castro Dourado( Amargedom), João Lucas Evangelista, Zé de Duquinha, 
                Audifax Rios e Rubênio Marcelo, entre outros nomes significativos 
                do passado e da atualidade, entre tantos baluartes da Poesia Popular 
                e do Romanceiro do Cordel..
                Convém ressaltar figuras de destaque, mistura de cordelistas e 
                cantadores como Zé Limeira, lendário Poeta do Absurdo, de Orlando 
                Tejo e Patativa do Assaré, da Triste Partida,Zé da Luz, Raimundo 
                Santa Helena e Franklin Machado Nordestino. Além de centenas de 
                cordelistas que divulgam os seus trabalhos na Internet. Temos 
                até a Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
                O cordel continua e sobrevive, apesar das idiossincrasias, intempéries 
                e dificuldades e das antropofagias da Indústria cultural midiática 
                e globalizante...
                São imprescindíveis a abertura de espaços e fóruns de discussão 
                e de publicação de textos de cordel, de autores tradicionais e 
                contemporâneos para dinamização do movimento da Poesia Popular 
                Universal...A Internet é um espaço primordial...
                
                Gustavo Dourado
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