Auxílio 
                Mútuo
                (por www.momento.com.br)
                
                Em zona montanhosa, através de região 
                deserta, caminhavam dois velhos amigos, ambos enfermos, cada qual 
                a defender-se quanto possível contra os golpes do ar gelado, quando 
                foram surpreendidos por uma criança semi-morta na estrada, ao 
                sabor da ventania de inverno.
                
                Um deles fixou o singular achado e exclamou, irritadiço: Não perderei 
                tempo! A hora exige cuidado para comigo mesmo. Sigamos à frente. 
                
                
                O outro, porém, mais piedoso, considerou: Amigo, salvemos o pequenino. 
                É nosso irmão em humanidade. 
                
                Não posso - disse o companheiro endurecido. Sinto-me cansado e 
                doente. Este desconhecido seria um peso insuportável. Temos frio 
                e tempestade. Precisamos chegar a aldeia próxima sem perda de 
                minutos. E avançou para adiante em largas passadas. 
                
                O viajor de bom sentimento, contudo, inclinou-se para o menino 
                estendido, demorou-se alguns minutos colando-o paternalmente ao 
                próprio peito, e aconchegando-o ainda mais, marchou adiante, embora 
                menos rápido. 
                
                A chuva gelada caiu metódica pela noite adentro, mas ele, amparando 
                o valioso fardo, depois de muito tempo, atingiu a hospedaria do 
                povoado que buscava. 
                
                Com enorme surpresa, porém, não encontrou aí o colega que havia 
                seguido na frente. 
                
                Somente no dia imediato, depois de minuciosa procura, foi o infeliz 
                viajante encontrado sem vida numa vala do caminho alagado. 
                
                Seguindo a pressa e a sós, com a idéia egoísta de preservar-se, 
                não resistiu a onda de frio que se fizera violenta, e tombou encharcado, 
                sem recursos com que pudesse fazer face ao congelamento. 
                
                Enquanto que o companheiro, recebendo em troca o suave calor da 
                criança que sustentava junto do próprio coração, superou os obstáculos 
                da noite frígida, salvando-se de semelhante desastre. 
                
                Descobrira a sublimidade do auxílio mútuo. Ajudando o menino abandonado, 
                ajudara a si mesmo. 
                
                Avançando com sacrifício para ser útil a outrem, conseguira triunfar 
                dos percalços do caminho, alcançando as bênçãos da salvação recíproca.
                
                ....................................
                
                As mais eloqüentes e exatas testemunhas de um homem perante o 
                Pai Supremo são as suas próprias obras. 
                
                Aqueles que amparamos constituem nosso sustentáculo. 
                
                O coração que amparamos constitui-se agora ou mais tarde, em recurso 
                a nosso favor. 
                
                Ninguém duvide! 
                
                Um homem sozinho é simplesmente um adorno vivo da solidão, mas 
                aquele que coopera em benefício do próximo é credor do auxílio 
                comum. 
                
                Ajudando, seremos ajudados. Dando, receberemos. 
                
                Esta é a Lei Divina. 
                
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