Aleister 
                Crowley
              
              
                Edward Alexander Crowley, ou melhor, 
                Aleister Crowley, nascido em Lemington, Inglaterra, em 12 de outubro 
                de 1875, falecido em Netherwood, Hastings, em 1 de dezembro de 
                1947, se não foi um dos maiores ocultistas do Séc.XX, foi pelo 
                menos um dos mais controvertidos.
                
                Filho de Família puritana, foi criado na seita dos Irmãos de Plymouth. 
                Desde cedo combateu o cristianismo, e em 1898 iniciou-se na Golden 
                Dawn (Ordem Hermética da Aurora Dourada) que teria uma grande 
                influência na sua vida e na sua obra, assim como na de seu secretário 
                e discípulo Israel Regardie.
                
                Com a morte da mãe, Crowley recebe como herança 40.000 Libras. 
                Dinheiro que financiaria as aventuras de sua vida e quando o dinheiro 
                se extinguiu, Crowley utilizou o dinheiro de diversos benfeitores, 
                entre amigos, discípulos e amantes, que sustentariam seu luxo 
                e suas exentricidades.
                
                A Golden Dawn foi, em muitos aspectos, principal (e talvez o único) 
                ramo do Rosacrucianismo nos últimos 15 anos do Séc.XIX. Foi fundada 
                por quatro membros da S.R.I.A. (Societas Rosicruciana in Anglia) 
                - S.L.Mac Gregor Mathers, W.W.Westcott, Woodman e Woodford, segundo 
                manuscritos vindos da Alemanha, fornecidos por uma tal Ana Sprengel. 
                Desenvolveu-se em seu seio estudos aprofundados de Tarot e de 
                Qabalah, assim como de Magia.
                
                A espinha dorsal da Golden Dawn era formada pelos ensinamentos 
                mágicos herdados da Idade Média, Eliphas Levi, Francis Barret 
                e John Dee, entre outros, além da mente brilhante de Mac Gregor 
                Mathers que montou e organizou todos os rituais e graus da Ordem, 
                chefiando-a inicialmente com os outros 3, e mais tarde sozinho, 
                até a dissolução da Ordem em 1900.
                
                Mesmo após sua saída da Golden Dawn, Crowley continuou divulgar 
                os conhecimentos que lá aprendera, seja na Astrum Argentum, ou 
                na O.T.O., ou mesmo nos volumes do Equinox.
                
                Ao entrar na Golden Dawn, Crowley foi apadrinhado e instruído 
                por Alan Bennet (Frater Iehi Aour). Assumiu o nome de Frater Perdurabo 
                (Perdurável) e tornou-se amigo íntimo de Mac Gregor Mathers, a 
                tal ponto que trocou seu nome pelo de Aleister Mac Gregor, querendo 
                com isso indicar um possível laço familiar. Junto com Mathers 
                combateu a W.Yeats, que pretendia (e mais tarde conseguiu) dividir 
                o comando da Golden Dawn e assumir o Templo de Ísis Urânia, o 
                principal de Londres.
                
                A habilidade de Crowley para a magia e o ocultismo eram tais que 
                em 1 ano, ele já dominara todos os chamados Graus Externos da 
                Golden Dawn, causando inveja de outros membros, que recusavam-se 
                a lhe aceitar nos Graus Internos da Ordem. O artifício de mudar 
                o nome para Aleister Mac Gregor foi também um meio de franquear-lhe 
                as portas para esses graus.
                
                Aqui podemos adicionar o progresso feito por ele na Golden Dawn:
                Adeptus Minor 5º=6º Janeiro de 1900 
                Adeptus Major 6º=5º Abril de 1904 
                Adeptus Exemptus 7º=4º 1909 
                Magister Templi 8º=3º Dezembro de 1910 
                Magus 9º=2º Outubro de 1915 
                
                Em 1905 porém Crowley e Mathers se separaram de um modo não muito 
                amigável. Em 1904, enquanto viajava pelo Egito com sua esposa 
                (Rose Kelly), que tinha o dom da vidência, passam 3 dias (8,9 
                e 10 de abril de 1904), ela ditando, e ele escrevendo, o seu evangelho, 
                ditado pelo espírito de Aiwas (Segundo Crowley, ministro de Hoor-paar-Kraat 
                ou Harpócrates pelos Gregos) conhecido pelo nome de “O Livro da 
                Lei”. 
                
                Ainda em 1905, Crowley fundou a A:. A:. (Astrum Argentum), Ordem 
                ocultista que segue os moldes da Golden Dawn, embora sem o mesmo 
                sucesso. 
                
                A primeira menção feita ao Livro foi apenas em 1927 e sua primeira 
                publicação em 1938, e os detratores de Crowley se utilizam deste 
                argumento para dizer que ele buscava dar a obra uma antiguidade 
                que não era real. Porém, a introdução original do Livro da Lei 
                é assinada por O.M. e leva o selo da Golden Dawn (Aurora Dourada) 
                e a firma ali corresponde a de Mac Gregor Mathers e nesta época 
                Crowley ainda mantinha relações afins com a Ordem.
                
                Em 1912 foi convidado por Teodore Reuss, Grão Mestre da O.T.O. 
                (Ordo Templi Orientis) desde 1905. A idéia inicial era que Crowley 
                organizasse os Graus Superiores da Ordem e liderasse a Região 
                da Irlanda, Iona e as Ilhas Britânicas. Crowley aceitou de bom 
                grado, uma vez que a Astrum Argentum tinha poucos membros e a 
                O.T.O. já possuía uma fama internacional, o que lhe permitiria 
                atingir um número muito maior de pessoas com seu “evangelho da 
                vontade e do amor”. Permaneceu na O.T.O. até 1921, quando houve 
                uma ruptura na O.T.O., causada pela influência do Tantra Yoga 
                (ou Magia Sexual) no 9º Grau da Ordem, que agradava a uns e desagradava 
                a outros. 
                
                Entre 1938 e 1943, Crowley uniu-se a Lady Frieda Harris para corrigir 
                e atualizar o Tarot Medieval. O trabalho que inicialmente deveria 
                durar 3 meses, acabou se estendendo por 5 anos.
                
                A primeira edição do Tarot de Crowley foi feita por Carr Collins 
                e a sua Fundação do Santo Graal, apenas em preto e branco. Em 
                1969 um editor de livros de ocultismo lançaria a primeira edição 
                em cores, mas de péssima qualidade. Apenas em 1979 é que o Tarot 
                foi publicado com o padrão de qualidade requerido para um trabalho 
                desta natureza.
                
                Crowley Faleceu em 1-12-1947, pobre e doente, enfraquecido por 
                seus excessos com a bebida e drogas. Chamado pela imprensa de 
                o Homem Mais Perverso do Mundo, deixou a todos os seus inimigos 
                e admiradores uma obra de imenso valor, senão pelo conhecimento, 
                talvez pelo esforço, de um homem que dedicou sua vida inteira 
                ao estudo do oculto e da Magia.Crowley assumiu ao longo de sua 
                vida, uma enorme quantidade de nomes e títulos que atribuía a 
                si mesmo. Seguem abaixo alguns dos principais nomes por ele utilizados:
                Conde Vladimir Svareff 
                Master Therion 
                Príncipe Chioa Khan 
                Baphomet 
                Frater Perdurabo 
                Aleister Crowley 
                Aleister Mac Gregor 
                Lorde Boleskini
                
                Frases de Crowley:
                
                “Cada carta é, em determinado sentido, um ser vivo, e suas relações 
                com as vizinhas são o que poderia-se chamar de diplomáticas. Ao 
                estudante cabe a tarefa de incorporar estas pedras vivas a seu 
                templo vivente.” - O Livro de Toth
                
                “A Magia é a Arte ou a Ciência de causar mudanças com a Força 
                de Vontade” - O Livro de Thoth 
                
                “ Há de se considerar a popularidade pueril do cinema, o rádio 
                e os prognósticos esportivos; as competências da adivinhação e 
                todas as invenções; úteis apenas para satisfazer aos caprichos 
                de algumas crianças mal-criadas que carecem de vontade, de sentido 
                e de propósito.” - O Livro da Lei
                
                “Invoca-me sob as estrelas! O Amor é a Lei, o Amor antes do querer. 
                Que nem os tontos equivoquem o Amor, porque há amor e Amor, existem 
                a pomba e a serpente. Escolha Bem!...” - O Livro da Lei 
                
                “A Lei é feita da tua vontade. A Lei é a do Amor, o amor sob tua 
                vontade, não há mais a Lei; faça a tua Vontade” -O Livro da Lei 
                
                
                “...A caligrafia do Livro deve ser firme, clara e bela. Na fumaça 
                do incenso é difícil ler os conjuros. E enquanto tenta ler as 
                palavras por entre a fumaça, ele desaparecerá, e terás de escrever 
                aquela terrível palavra: Fracasso. 
                
                Mas não existe nem uma só folha do livro na qual não apareça esta 
                palavra; mas enquanto é seguida por uma nova afirmação, ainda 
                nem tudo está perdido, já que desta maneira no Livro a palavra 
                Fracasso perde toda a sua importância, da mesma maneira que a 
                palavra Êxito não deve ser empregada jamais, porque esta é a última 
                palavra que deve-se escrever no livro, e é seguida por um ponto.
                
                Este ponto não se deve escrever em nenhum outro lugar do Livro; 
                porque o escrever neste Livro segue eternamente; não há forma 
                de encerrar este diário até que haja alcançado a meta. Que cada 
                página deste Livro esteja repleta de música, porque é um Livro 
                de Encantamentos!” - Magi(K) 
                
                
                
                
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