Pirata$ 
                Pó$-moderno$
                
                O Brasil vive momentos de estarrecimento 
                e de profunda decepção.
                
                Não é por menos! é um escândalo atrás do outro. 
                Louve-se o trabalho da Imprensa e dos meios de comunicação.
                
                Assaltaram os cofres públicos e contingenciaram o orçamento. Só 
                há verbas para propina, "mensalões" e para se corromper os lacaios 
                de plantão.
                Falaram em ética, moralidade e respeito à causa pública e o que 
                se vê na prática é tudo ao contrário do que se promete. A corrupção 
                e a mentira foram institucionalizadas em quase todos os setores. 
                O mau exemplo de tesoureiros, publicitários, dirigentes, politiqueiros, 
                lobbystas, banqueiros, executivos e marquteiros provocam asco 
                em nossa população, que prima em sua maioria pela prática dos 
                bons costumes, da honestidade e do respeito à causa pública.
                Senhores bem alinhados, altamente graduados, em princípio insuspeitos, 
                quase todos engravatados, portadores de maletas suntuosas, de 
                diplomas de nível superior e de ternos de grife mostram as suas 
                verdadeiras facetas e intenções:
                São autênticos corsários e famigerados piratas pós-modernos, pilhadores 
                do erário, da fazenda nacional e do tesouro público.
                Trabalham pouco e ganham muito bem. Recebem altos salários, comissões 
                e ajuda de custo, para quase tudo. Esses senhores ultrajam a Nação 
                com a falta de ética e o escárnio que nutrem pelo povo. São raposas 
                a tomar conta do galinheiro. Eles adoram as verbas e vivem a falsificar 
                o verbo. Essa gente perdeu o bonde da história.
                Eles roubam, falsificam, mentem descaradamente e estão sempre 
                na “telinha”, no horário nobre a fazerem promessas, 
                contar piadas e bravatas sobre os seus feitos. Prometem de tudo: 
                emprego, saúde, educação e qualidade de vida. Agem e legislam 
                em causa própria e desrespeitam as leis. Eles não sabem o que 
                é cadeia. Não conhecem a dura realidade em que vive o nosso sofrido 
                povo. Vivem no mundo da lua, em vôos, viagens, jantares, festas, 
                coquetéis, salamaleques e reuniões. Dizem as más línguas, que 
                alguns até apreciam uma orgia. De preferência, em hotel 5 estrelas 
                e paga com dinheiro público. Maria Esquina, que o diga! 
                Claro que temos as exceções, que são muito poucas. São mais de 
                300(mil) picaretas (como foi dito e cantado) a mamarem nas têtas 
                do Estado e a sugar os mamilos da pobre-rica “viúva” 
                verde-amarela.
                Eles infestam palácios, hotéis, blocos, mansões, empresas, bancos, 
                empreiteiras, trustes, oligopólios, agências, executivos, legislativos, 
                judiciários. Abundam-se nas prefeituras e nas câmaras da desilusão. 
                Desviam o dinheiro das escolas, da merenda, da saúde e do trabalho, 
                para as contas pessoais, de familiares, parentes, amigos, “laranjas”, 
                CC-5 e paraísos fiscais. Sonegam os impostos e fraudam a realidade.
                São clientelistas, corporativos, entreguistas, fisiológicos, paternalistas, 
                abusam do nepotismo e adoram mordomias. São lobos vestidos em 
                pele de cordeiro, com hábeas corpus preventivo e salvo-conduto 
                permanente. Milhões de corruptos e milhares de corruptores.
                
                Ai do pobre que roubar um pão, vai preso em flagrante delito.
                
                Depois ainda dizem que todos são iguais perante a Lei: Uns são 
                mais iguais do que os outros. Superaram a ficção, com a repugnante 
                realidade de uma pobre e triste ópera-bufa.
                São intocáveis e protegidos por "leis" capciosas. 
                Vivem a fazer todo o tipo de sacanagem, como a imoralidade que 
                arquitetaram contra os aposentados e servidores.
                
                São imunes a quase tudo e arrostam com arrogância a ultrajante 
                impunidade.
                Acorda, minha gente: Reconquiste o direito de ser livre:
                Libertas quae sera tamen. 
                
                Gustavo Dourado
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