Cordel: 
                do sertão nordestino à contemporaneidade da Internet...
                (Gustavo Dourado)
                
                Os Doze Pares de França, O Pavão 
                Misterioso, Juvenal e o Dragão, Donzela Teodora, Imperatriz Porcina, 
                Princesa Magalona, Roberto do Diabo, Côco Verde e Melancia, João 
                de Calais, O Cachorro dos Mortos, A Chegada de Lampião no Inferno, 
                Viagem a São Saruê...São livros do povo(alicerçado no pensamento 
                do mestre Luís da Câmara Cascudo e deste poeta cordelista). Fontes 
                da Poesia Popular do Nordeste do Brasil.Alguns são adaptações 
                e recriações do romanceiro europeu. Quintessências da Literatura 
                de Cordel.
                
                
                Origens do Cordel 
                
                
                Cordel. Vem de corda, cordão, cordial, toca a alma e o coração.
                Os folhetos eram expostos em cordões, lençois, esteiras, nas feiras, 
                praças, portas das igrejas, bancas e nos mercados. 
                Literatura de cordel, poesia de cordel, romance, folheto(s), arrecifes, 
                abcs, "folhas volantes" ou "folhas soltas","littèratue de colportage","cocks" 
                ou "catchpennies", "broadsiddes", "hojas" e "corridos"... São 
                nomes que a poesia popular recebeu ao longo do tempo, na Europa 
                e nos países latino-americanos, com mais destaque no Brasil, principalmente 
                no Nordeste. 
                No Brasil, o termo cordel foi consagrado como sinônimo de poesia 
                popular. O cordel apresenta-se em narrativas tradicionais e fatos 
                circunstanciais, em folhetos de época ou "acontecidos". 
                
                As origens da literatura de cordel estão na Europa Medieval.Tem 
                suas bases na França(Provença), do século XI e posteriormente 
                na Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, Holanda e Inglaterra. 
                Chegou ao Brasil Colônia com os navegadores portugueses, depois 
                incorporou a poética nativa do índio, a criatividade e o ritmo 
                da poesia do negro, dos vaqueiros e tropeiros(o aboio).Tornou-se 
                um ritmo sertanejo-tropical, integrando-se a outros ritmos como 
                o baião, o xote, o xaxado e o forró. Ganhou uma característica 
                especial com o advento da xilogravura, na ilustração das capas 
                de milhares de folhetos. Alguns xilogravurisatas se destacaram: 
                J. Borges, Dila, Samico, entre outros. 
                
                
                Polêmica e complexidade dos ciclos temáticos.
                
                
                Os principais temas e ciclos do cordel abordam assuntos diversos(síntese 
                de classificaçãoes):
                abcs; pelejas, cantorias e desafios; religiosidade; costumes; 
                romances; história(estórias); circunstância(s), heroísmo(façanhas, 
                grandes feitos); cavalaria(vaqueiros, bois, cavaleiros,tropeiros); 
                valores, moral e ética; atualidades; fatos e acontecidos; sociais 
                e noticiosos, propaganda; louvações; conselhos e exemplos; fantasias(fantástico, 
                maravilhoso); profecias, apocalipse e fim do mundo; biografias 
                e personalidades; poder, estado e governo; política e corrupção; 
                intempéries e fenômenos da natureza (secas, inundações, maremotos, 
                terremotos, furacões, tempestades); crimes; coronelismo; cangaço; 
                valentia e bravura; banditismo e jagunçagem(Lampião, Maria Bonita, 
                Antônio Silvino, Corisco e Dadá, Sinhô Pereira, Jesuíno Brilhante, 
                Quelé do Pajeú, Lucas de Feira, Volta Grande, Horácio de Matos); 
                Padre Cícero(Coronel e "Santo" do Juazeiro); Frei Damião; Getúlio 
                Vargas(Estado Novo, conquistas trabalhistas);Antônio Conselheiro(Canudos); 
                Coluna Prestes e Revoltosos; Juscelino Kubitschek(construção de 
                Brasília); Lula; papas e santidades; televisão e cinema; artistas 
                e personalidades; ciência e tecnologia; Internet; crítica e sátira; 
                espertezas; humor; obscenidade, putaria e sacanagem(pornocordel); 
                assombração; terrorismo(atentados) e guerras(guerrilhas); modernidade 
                e contemporaneidade; entre outros menos conhecidos e ainda não 
                catalogados etc. 
                
                Classificação temática do cordel, por Ariano Suassuna:
                
                Erudito: 
                
                1) "Ciclo heróico, trágico e épico; 
                2) Ciclo do fantástico e do maravilhoso; 
                3) Ciclo religioso e de moralidades; 
                4) Ciclo cômico, satírico e picaresco; 
                5) Ciclo histórico e circunstancial; 
                6) Ciclo de amor e de fidelidade; 
                7) Ciclo erótico e obsceno; 
                8) Ciclo político e social; 
                9) Ciclo de pelejas e desafios." 
                
                Popular: 
                
                1) Romances de Amor; 
                2) Romances de Safadeza e Putaria; 
                3) Romances Cangaceiros e Cavalarianos; 
                4) Romances de Exemplo; 
                5) Romances de Espertezas, Estradeirices e Quengadas; 
                6) Romances Jornaleiros; 
                7) Romances da Profecia e Assombração.
                
                Os cinco temas mais freqüentes na classificação popular da literatura 
                de cordel são so seguintes: romance, desafio, valentia, encantamento 
                e gracejo. Ariano Suassuna classifica sinteticamente a literatura 
                de cordel nos seguintes ciclos temáticos: 
                histórico, heróico, moral/religioso, satírico e maravilhoso, entre 
                outras variações. 
                
                Gilmar de Carvalho, pesquisador do cordel e professor da Universidade 
                Federal do Ceará opina sobre os ciclos temáticos da literatura 
                de cordel. 
                Segundo ele: "a divisão em ciclos não é a forma mais adequada 
                para se encaixar esta fértil produção cultural - além de reducionista, 
                a classificação empobrece a compreensão real do cordel. Para efeito 
                didático, no entanto, é possível apontar alguns dos temas presentes 
                com maior intensidade nos livretos, bem como os mais representativos 
                para o Estado: a religiosidade, o cangaço e a seca, por exemplo, 
                além de personalidades recorrentes como Padre Cícero e Antônio 
                Conselheiro". "São temas que refletem a nossa realidade, contaminados 
                pela nossa visão de mundo", explica o pesquisador. 
                
                Classificação de Liêdo Maranhão
                : 
                
                I - Folhetos :
                
                1) de conselhos 
                2) de eras 
                3) de santidade 
                4) de corrupção 
                5) de cachorrada ou descaração 
                6) de profecias 
                7) de gracejo 
                8) de acontecimentos 
                9) de carestia 
                10) de exemplos 
                11) de fenômenos 
                12) de discussão 
                13) de pelejas 
                14) de bravuras ou valentia 
                15) de ABC 
                16) de Pe. Cícero 
                17) de Frei Damião 
                18) de Lampião 
                19) de Antônio Silvino 
                20) de Getúlio 
                21) de política 
                22) de safadeza e putaria 
                23) de propaganda 
                
                
                II - Romances: 
                
                1) de Amor 
                2) de Sofrimento 
                3) de Luta 
                4) de Príncipes, Fadas e Reinos Encantados 
                
                
                Análise do professor Eduardo Ditahy
                
                
                Sobre a temática do cordel o professor Eduardo Diatahy, da Universidade 
                Fedral do Ceará, foi enfático: "A quase unanimidade dos que se 
                debruçaram sobre a Literatura de Cordel - ou «Literatura Oral», 
                como querem Câmara Cascudo e outros folcloristas nas pegadas do 
                estudioso francês Paul Sébillot - propôs uma classificação por 
                temas do material que compõe esse gênero de produção da cultura 
                popular nordestina. Ditahy explicita que "uma das raras exceções 
                nesse domínio foi a de Mário de Andrade que, em seu curto ensaio 
                «O Romanceiro de Lampeão», limitou-se a constatar, nisso porém 
                simplificando demasiadamente as coisas: "O cantador nordestino 
                tem duas formas principais de poesia cantada: 
                o Desafio e o Romance." Complementa o mestre cearense Eduardo 
                Ditahy: "nesse terreno, tudo se passa como se, à primeira vista, 
                o estudioso quisesse demonstrar a sua competência rejeitando as 
                tipologias dos demais e construindo a sua própria classificação 
                mediante alguns arranjos e acréscimos. 
                Ditahy conclui citando vários pesquisadores: "assim, vamos encontrar 
                classificadores em Leonardo Mota, Câmara Cascudo, Manuel Diégues 
                Jr., Alceu Maynard, M. Cavalcânti Proença, Orígenes Lessa, Roberto 
                C. Benjamin, Carlos Alberto Azevedo, Hernâni Donato, Raymond Cantel, 
                etc. E ainda posso destacar dois outros casos curiosos. Um, o 
                de Liedo Maranhão de Souza , que tomou a sábia decisão de dar 
                a palavra, na matéria, aos poetas e agentes da Literatura de Cordel, 
                produzindo algo que tem o mérito de apresentar a linguagem e a 
                visão do povo, mas que é pouco útil como instrumento de análise 
                por sua extensão e inconsistência lógica (e, talvez, eu dissesse 
                melhor: por sua redundância)", arremata Ditahy emn sua análise 
                sobre os ciclos do cordel. 
                
                Mitologia e Trovadorismo...
                
                
                A Literatura de Cordel, mais que centenária no Brasil(ultrapassou 
                cem mil títulos publicados, segundo Joseph Luyten), tem suas origens 
                ocidentais e pré-medievais,no universo poético de Provença, França, 
                com os trovadores albigens (com destaque para Arnaud Daniel, Bertran 
                de Born, Guiraut de Bornelh e Rimbaud Daurenga). 
                
                http://pt.wikipedia.org/wiki/Proven%C3%A7al 
                
                
                Entre os trovadores portugueses, precursores da Literatura de 
                Cordel e do Repente, vêm-me à memória Martim Soares e Paio Soares 
                de Taiverós, além dos célebres reis-trovadores Dom Diniz e Dom 
                Duarte. 
                
                As influências sobre o cordel e a poesia popular contemporânea 
                são multidiversas: desde a poesia mesopotâmica árabe-fenício-semítica, 
                mediterrânea, hindu e persa, à poética egípcio - caldaica – hebréia 
                – greco - latina e afro - indígena... 
                Não se pode esquecer a influência bíblica(Salmos de Davi, Provérbios 
                de Salomão, Cântico dos Cânticos, Apocalipse), do Lunário Perpétuo, 
                enciclopédias, dicionários, almanaques, dos grandes livros religiosos 
                e belos cânticos de todos os tempos, presentes nas diversas civilizações 
                ao longo do processo histórico. 
                
                Os chineses e indianos devem ter tido significativa influência 
                nas origens e desenvolvimento da poesia popular, por sua antigüidade 
                e por tantos escritos primordiais como os Vedas, Gita, Upanishads, 
                Mahabarata, Ramayana, I Ching, o Zen e o Tão – Te - King, via 
                Confúcio, Lao-Tse, Buda, Krishna, Rama e outros sábios do velho 
                e mágico Oriente, tão incompreendido pela cultura ocidental. 
                
                A Poesia de Cordel demonstra a sua força e pujança na expressão 
                ibero-lusitana - afro - brasilíndia e galego - castelã...Sem esquecer 
                da verve provençal e italiana(latina). Os romanos com suas epopéias 
                fecundaram a semente da poesia ocidental, herdada dos gregos, 
                etruscos, celtas, gauleses, bretões, normandos, nórdicos e dos 
                povos bárbaros da antiga Europa, Ásia e África. 
                
                Foi nesse espaço mitológico que surgiu a poética mágica de Dante 
                e a verve inventiva do mestre Leonardo da Vinci e dos grandes 
                artistas italianos. Entretanto, foi na Espanha de Quevedo e Cervantes(Quixote) 
                e em Portugal de Pessoa, Camões e Gil Vicente, que o cordel ganhou 
                feição popular e postura lítero-poética.
                
                É na poesia cavalheiresca e trovadoresca que o cordel se inspira 
                e alimenta-se de forma histórica, principalmente a partir dos 
                Doze Pares da França(que retrata os tempos do Imperador Carlos 
                Magno), das gestas e epopéias, dos bardos, apodos, Templários, 
                da Távola Redonda do Rei Arthur, de El Cid, O Campeador, dos cavaleiros 
                e cruzadas e da obra monumental de Camões e Cervantes, ambos influenciados 
                por Dante Alighieri e por toda a tradição popular da oralidade 
                greco-latina-ibero-lusitana. 
                
                Os trovadores foram os principais precursores e alicerces para 
                a futura Literatura de Cordel nos países de língua portuguesa, 
                principalmente no Nordeste do Brasil, a partir de Salvador-Bahia, 
                dos portos marítimos e do Rio São Francisco, até chegar em Campina 
                Grande, Caruaru e Juazeiro do Norte, onde criou raízes e imortalizou-se 
                na verve dos poetas cordelistas e cantadores repentistas. 
                
                Não se pode esquecer o papel do boi(ciclo do gado), dos bandeirantes, 
                dos jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, do negro(batuque, 
                orixás, terreiros, candomblé), dos índios, caboclos, mamelucos, 
                cafusos, mulatos, garimpeiros, aventureiros, lavradores, vaqueiros 
                e tropeiros: disseminadores de costumes, falas e dialetos pelo 
                vasto Sertão, da poesia regional e universal.Os poetas cantam 
                a sua aldeia e desencantam os uni.versos.
                
                A Literatura de Cordel foi enriquecida pela criatividade e maestria 
                de Gil Vicente, Camões, Rabelais, Gregório de Matos, Bocaje, Castro 
                Alves, Gonçalves Dias, Cervantes, José de Alencar, Tobias Barreto, 
                Catulo da Paixão Cearense, Juvenal Galeno, Ascenso Ferreira, além 
                da contribuição incomensurável dos trovadores provençais e do 
                romanceiro medieval. 
                
                
                Pesquisa, influências e confluências... 
                
                
                O cordel ganhou o mundo por meio do estudo, pesquisa e divulgação 
                de mestres, leitores, amantes e pesquisadores da cultura popular, 
                nomes como: Luís da Câmara Cascudo, Leonardo Mota, Manuel Diégues 
                Jr, Ariano Suassuna, Rodrigues de Carvalho, Gustavo Barroso, Átila 
                de Almeida, José Alves Sobrinho, Manoel Florentino Duarte, Rogaciano 
                Leite, Jorge Amado, Glauber Rocha(pai do Cinema Novo), João Cabral 
                de Melo Neto(Morte e Vida Severina), Rachel de Queiroz(O Quinze), 
                José Américo de Almeida(A Bagaceira), José Lins do Rego(Fogo Morto), 
                Graciliano Ramos(Vidas Secas), Mário de Andrade(Macunaíma), Sebastião 
                Nunes Batista, Veríssimo de Melo, Sílvio Romero, Tobias Barreto, 
                Vicente Salles, Alceu Maynard, Cavalcanti Proença, Roberto Benjamin, 
                Carlos Alberto Azevedo, Hernâni Donato, Liêdo Maranhão de Souza, 
                Téo Azevedo, Orígenes Lessa, Mário Lago, Américo Pellegrini Filho, 
                Jerusa Pires Ferreira, Sebastião Vila Nova, Ruth Brito Lemos, 
                Gilmar de Carvalho, 
                Raymond Cantel, Joseph Luyten, Mark Curran, Paul Zumthor, Candace 
                Slater, Ria Lemaire, Silvie Raynal, Silvie Debs, Martine Kunz, 
                Ronald Daus,Silvano Peloso, Zé Ramalho, Soares Feitosa(Jornal 
                de Poesia),Ribamar Lopes, José Erivan Bezerra de Oliveira,Fausto 
                Neto,Teófilo Braga, J. de Figueiredo Filho, Eduardo Diatahy de 
                Menzes, Francisca Neuma Fechine Borges, Antônio Augusto Arantes, 
                Ruth Brito, Maria de Fátima Coutinho, Rodrigo Apolinário( Cordel 
                Campina), Maria Edileuza Borges, Alda Maria Siqueira Campos, Alícia 
                Mitika Koshiyama, Maristela Barbosa de Mendonça, Mª José F. Londres, 
                Patrícia Araújo, Doralice Alves de Queiroz, Esmeralda Batista, 
                Viviane de Melo Resende, Márcia Abreu, Assis Ângelo, A.M Galvão, 
                V.M Resende,Shirlley Guerra, Maria Julita Nunes e tantos outros 
                destaques do mundo culturaliterário. 
                
                Renomados criadores das artes e da literatura brasileira foram 
                influenciados pelo cordel. Saliento os principais que me recordo: 
                Ariano Suassuna, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Jorge Amado, 
                Graciliano Ramos, José Américo de Almeida, Rachel de Queiroz, 
                Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Dias 
                Gomes, João Ubaldo Ribeiro, Orígenes Lessa, Cora Coralina, Carlos 
                Drummond de Andrade, Paulo Freire, José Nêumane Pinto e tantos 
                outros criadores significativos. 
                Na música, além de Villa-Lobos, a presença do cordel é marcante 
                em Luiz Gonzaga, Elomar, Zé Ramalho, Raul Seixas, Antônio Nóbrega, 
                Quinteto Violado, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Ednardo, Xangai, 
                Fagner, Elba Ramalho, Belchior, Caçulinha, Mário Zan, Zeca Baleiro, 
                Lenine, Chico Science, Chico César, Amelhinha, Juraíldes da Luz, 
                Chico Buarque, Geraldo Vandré, João do Vale, Jackson do Pandeiro, 
                Jorge Mautner, Tom Zé, Dominguinhos, Oswaldinho, Clodo, Climério 
                e Clésio(Os Irmãos Ferreira do São Piauí e de Brasília), Sivuca, 
                Zé Gonzaga, Marinês, Hemeto Paschoal, Pixinguinha, Cartola, Noel 
                Rosa,Ary Barroso, Vital Farias, Genival Lacerda,Diana Pequeno, 
                Roberto Correia, Nando Cordel, Cordel do Fogo Encantado,Castanha 
                e Caju, Cegas de Campina Grande, Jorge Antunes, Anand Rao, Argemiro 
                Neto, Genésio Tocantins, Paulinho Pedra Azul, Beirão, Waldonys, 
                Robertinho do Acordeon,Zé Calixto, Arlindo dos Oito Baixos, Gérson 
                Filho, Pedro Sertanejo, Furinchu, Chiquinho do Acordeon, Torquato 
                Neto, Capinan, Pessoal do Ceará, Gilberto Gil, Jorge Mautner, 
                Maria Betânia, Vinícius de Moraes, Milton Nascimento, João Gilberto 
                e Caetano Veloso. Só para lembrar alguns nomes expressivos. A 
                lista é quilométrica. 
                
                
                Mitos e precursores
                
                
                Convém ressaltar figuras de destaque, mistura de cordelistas e 
                cantadores como o lendário "Zé Limeira", fabuloso e fantástico 
                Poeta do Absurdo, de Orlando Tejo e o inesquecível mestre Patativa 
                do Assaré, da Triste Partida e tantas chegadas... Há ainda os 
                semeadores Ugolino de Sabugi(primeiro cantador que se conhece), 
                Nicandro Nunes da Costa, Silvino Pirauá, Germano da Lagoa, Romano 
                da Mãe D´Água, Cego Aderaldo, Cego Oliveira, Zé da Luz, Fabião 
                das Queimadas, Zé de Duquinha, Caraíba de Irecê, Otacílio e Lourival 
                Batista, Ivanido Vilanova, Pinto do Monteiro, Pedro Bandeira, 
                Raimundo Santa Helena, Oliveira de Panelas, Azulão, Franklin Machado 
                Nordestino e Cuíca de Santo Amaro. São símbolos que me vem de 
                repente à memória. 
                
                Não posso esquecer de figuras mí(s)ticas do universo sertânico 
                do cordel: Lampião, Maria Bonita, Corisco, Antônio Silvino, Jesuíno 
                Brilhante, Quelé do Pajeú, Lucas de Feira, Sinhô Pereira, Antônio 
                das Mortes, os dragões da maldade, os santos guerreiros, beatos, 
                jagunços, coronéis, cabras da peste, personagens glauberianos 
                e cinematográficos... 
                
                
                Presença no Brasil: do sertão às grandes cidades
                
                
                No Brasil, o cordel ganhou estatura poética na Região Nordeste 
                do Brasil, pelas bandas do Polígono das Secas, Vale do São Francisco, 
                Sertão do Cariri, dos Inhamuns, do Pajeú, Serra de Santana, Serra 
                da Laranjeira, a mítica Serra do Teixeira(Olimpo da Poesia), Campina 
                Grande(Capital do Cordel), João Pessoa,Vales do Jaguaribe,Parnaíba, 
                Gurguéia; Chapada Diamantina, Chapada do Apodi,Serra da Borborema, 
                Chapada do Corisco, Caruaru, Juazeiro do Norte, Crato, Crateús, 
                Limoeiro, Recife/Olinda, Fortaleza, Salvador, Serra Talhada, Quixadá, 
                Qixeramobim, Cabrobó, São José do Egito, Patos, Piancó, Umbuzeiro, 
                Penedo, Aracaju, Oeiras, Picos, Imperatriz, Pedreiras, Catolé 
                do Rocha, Monteiro, Sumé, Serra Branca, Bezerros, Surubim, Mossoró, 
                Caicó, Aracati,Paulo Afonso, Feira de Santana, Juazeiro, Petrolina, 
                Teixeira,Irecê/Jacobina, Barra, Morro do Chapéu, Bom Jesus da 
                Lapa, Senhor do Bonfim,Uauá, Chorrochó, Maceió, Natal, São Luís, 
                Cachoeira dos Índios, Terezina, Parnaíba, Belém, Ilhéus, Itabuna, 
                Canindé, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Ingazeira, Quebrângulo, 
                Santarém, Ipirá, Irará, Canudos, Monte Santo, Sertânia, Jequié, 
                Vitória da Conquista, Ibititá, Canarana, Lapão, Recife dos Cardosos, 
                Pirapora, Anápolis, Montes Claros, Rio, São Paulo,Campinas,Diadema,Brasília 
                /Ceilândia/Taguatinga/Gama e pela vastidão das metrópoles, dos 
                campos, fazendas, roças, lugarejos, povoados, arraiais, arrabaldes, 
                vilas, vielas, pés de serra e cidadelas da caatinga e do agreste. 
                
                
                Francisco Chagas Batista publicou um folheto, no ano de 1902, 
                em Campina Grande, que está catalogado na Casa de Rui Barbosa 
                - no Rio de Janeiro. É registrado como o primeiro folheto de cordel 
                brasileiro publicado. Muito outros anteriores, se perderam na 
                poeira do tempo. 
                
                Por muitos desses caminhos andaram e foram lidos poemas dos vates 
                - poetas fenomenais: O condoreiro Antônio Frederico de Castro 
                Alves (uma espécie de precursor do cordel erudito e do improviso), 
                Silvino Pirauá de Lima( o introdutor do folheto de cordel no Brasil, 
                segundo Luís da Câmara Cascudo), Agostinho Nunes da Costa(um dos 
                pais da poesia popular no Nordeste), Leandro Gomes de Barros(um 
                dos principais cordelistas de todos os tempos, pioneiro-mor, publicou 
                centenas de folhetos), Ugolino de Sabugi(primeiro cantador), Francisco 
                Chagas Batista, Nicandro Nunes da Costa), Germano da Lagoa, Romano 
                de Mãe D´Água, Manoel Caetano, João Benedito, Manoel Cabeleira, 
                Diniz Vitorino, José Duda, Antônio da Cruz, Joaquim Sem Fim, Manuel 
                Vieira do Paraíso, Romano Elias da Paz, Manoel Tomás de Assis, 
                José Adão Filho, Lindolfo Mesquita, Arinos de Belém, Antônio Apolinário 
                de Souza, Laurindo Gomes Maciel, Rodolfo Coelho Cavalcante, Francisco 
                Sales Areda, Manoel Camilo dos Santos, Minelvino Francisco da 
                Silva, Caetano Cosme da Silva, Expedito Sebastião da Silva, João 
                Melquíades Ferreira da Silva, José Camelo de Rezende, Joaquim 
                Batista de Sena, Gonçalo Ferreira da Silva, Teodoro Ferraz da 
                Câmara, José Albano, João Ferreira de Lima, José Pacheco, Severino 
                Gonçalves de Oliveira, Galdino Silva, João de Cristo Rei, Zé Mariano, 
                Antônio Batista, José Alves Sobrinho, Manuel Pereira Sobrinho, 
                Antônio Eugênio da Silva, Severino Ferreira, Augusto Laurindo 
                Alves(Cotinguiba), Moisés Matias de Moura, Pacífico Pacato Cordeiro 
                Manso, José Bernardo da Silva, Cuíca de Santo Amaro, João Martins 
                de Athaide, Apolônio Alves dos Santos, José Costa Leite, Antônio 
                Teodoro dos Santos, José Cavalcante Ferreira(Dila), Francisco 
                Gustavo de Castro Dourado, Manoel Monteiro, Abraão Batista, J.Borges, 
                Zé da Luz, Arievaldo e Klévisson Viana, Zé Soares, Zé Pacheco, 
                João Lucas Evangelista, Amargedom, Joăo de Barros, Zé de 
                Duquinha, Carolino Leobas, Elias Carvalho, Zé Maria de Fortaleza, 
                Audifax Rios, Adalto Alcântara Monteiro, Cunha Neto, João Firmino 
                Cabral,José Antônio dos Santos, Pedro Alves da Silva, José Marins 
                dos Santos, Manoel Serafim, Francisco Queiroz, Ary Fausto Maia, 
                Toni de Lima, Bráulio Tavares, Téo Azevedo, Stênio Diniz, Josealdo 
                Rodrigues, José Hélder França, Elói Teles, Luiz Augusto Bitu, 
                Antônio Lucena, Geraldo Gonçalves de Alencar, Hélvia Callou, Edmilson 
                Santini, Eugênio Dantas de Medeiros, Jomaci e Jandhuir Dantas, 
                Francisco de Assis, Paulo de Tarso, Francisco Morojó, Pedro Osmar, 
                Geraldo Emídio de Souza, Olegário Fernandes, Zé Antônio, Pedro 
                Américo de Farias, Marcelo Soares, Jair Moraes, João Pedro Neto, 
                Francisca Barrosa, Lourdes Ramalho, Tindinha Laurentino, Maria 
                da Piedade Correia - Maria Diva Guiapuan Vieira, Vânia Diniz, 
                Lilian Maial, Vânia Freitas, Cora Coralina, José Leocádio Bezerra 
                e diversos nomes recorrentes no fantástico cosmos cordelista. 
                Poetas significativos do passado e da atualidade, entre tantos 
                baluartes da Poesia Popular e do Romanceiro do Cordel. 
                
                
                Cordel na Internet.
                
                
                Amargedom, Almir Alves Filho, Anízio Guimarães, Benedito Generoso 
                da Costa, Daniel Fiuza, Domingos Medeiros, Francisco Egídio Aires 
                Campos(Mestre Egídio), Gonçalo Ferreira da Silva, Guaipuan Vieira, 
                F.G C.Dourado, Jesssier Quirino, Jandhuir Dantas, José de Souza 
                Dantas, Lenísio Bragante de Araújo, Rubênio Marcelo, César Obeid, 
                Walter Medeiros (Todos os últimos citados são publicados constantemente 
                na Internet). Divulgam seus trabalhos nas páginas da Web com relativa 
                freqüencia e constantes atualizações. 
                
                O cordel tem presença constante no mundo virtual.Além de centenas 
                de cordelistas que divulgam os seus trabalhos na Internet, temos 
                até a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no 
                Rio de Janeiro e composta por seleto quadro de acadêmicos de boa 
                qualidade. 
                
                Há pouco surgiu um dos melhores sites sobre o Cordel na Internet: 
                O Cordel Campina, coordenado por Rodrigo Apolinário, em Campina 
                Grande, Meca sertaneja da poesia popular e berço de célebres poetas 
                e cantadores repentistas. 
                
                http://www.cordelcampina.cgonline.com.br 
                
                O cordel subsiste,sobrevive, apesar das idiossincrasias, intempéries, 
                dificuldades e antropofagias da Indústria cultural midiática, 
                globalizante e da invasão cultural norte-americana... 
                
                São imprescindíveis a divulgação na mídia e na web, distribuição 
                eficiente,abertura de espaços e fóruns de discussão e de publicação 
                de textos de cordel, de autores tradicionais e contemporâneos, 
                para dinamização do movimento da Poesia Popular Universal... 
                A Internet é um espaço primordial e dinamizador de nossa literatura 
                popular. 
                
                Cordel no Planalto Central do Brasil.
                
                Quem quiser conhecer um pouco sobre a poesia popular e apreciar 
                a minha criação em cordel, visite: 
                
                www.gustavodourado.com.br/ cordel.htm 
                
                www.gustavodourado.com.br/patriciaaraujo.htm 
                
                www.gustavodourado.com.br/CordelnaInternet.htm 
                
                http://www.cronopios.com.br/site/colunistas.asp?id_usuario=32 
                
                
                
                http://www.gargantadaserpente.com/cordel/ 
                
                
                www.triplov.com/poesia/gustavo_dourado/ 
                
                
                www.vaniadiniz.pro.br/realese_gustavo_dourado.htm 
                
                
                www.saladepoetas.eti.br/efigenia/amigos_homens/dourado.htm 
                
                
                www.viafanzine.yan.com.br/cordel.htm 
                
                
                www.se.df.gov.br/gcs/file.asp?id=3744 
                
                
                www.gustavodourado.com.br/ Cordel%20e%20cinema.htm 
                
                
                www.abrali.com/020cordel/014008gustavo_dourado/014008cordel_index_gustavo_dourado.html 
                
                
                
                http://cordel.zip.net 
                
                
                Veja também: 
                
                
                http://www.cordelcampina.cgonline.com.br/index_2.htm 
                
                
                http://www.ablc.com.br 
                
                
                www.ablc.com.br/cordeldavez/cordeldavez.htm 
                
                
                http://www.secrel.com.br/jpoesia/cordel.html 
                
                
                www.camarabrasileira.com/cordel.htm 
                
                
                www.gustavodourado.com.br/cordelinks.htm 
                
                
                www.observatorio.unesco.org.br/comum/view=noticia&cod=7 
                
                *Biobibliografia de Gustavo: 
                
                www.gustavodourado.com.br/biografia.htm 
                www.gustavodourado.com.br/biobliografia.htm
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